Adenomiose: O que é e qual sua relação com a infertilidade?

Você sabe como a adenomiose pode interferir na fertilidade? Descubra neste artigo.

A adenomiose é uma doença ginecológica pouco conhecida, mas que afeta muitas mulheres em idade fértil e está relacionada à infertilidade.

A adenomiose é caracterizada pelo crescimento anormal das células do endométrio, a camada interna do útero, para dentro da musculatura uterina. Apesar de ser um problema bastante comum, ainda há muito desconhecimento sobre a doença. 

Neste conteúdo será abordado o que é a adenomiose, quais são os seus sintomas e qual sua relação com a infertilidade.

O que é Adenomiose?

A adenomiose é um distúrbio ginecológico caracterizado pelo crescimento anormal das células do endométrio, a camada interna do útero. A adenomiose pode ser classificada em dois tipos: 

  1. Adenomiose focal: Nesta forma da doença, há um aumento localizado do endométrio em uma área específica do útero. 
  2. Adenomiose difusa: Nesta forma da doença, o endométrio está aumentado de volume e espesso em todo o útero.

Embora a causa exata da adenomiose seja desconhecida, fatores que podem aumentar o risco de desenvolvimento da condição incluem história familiar de adenomiose, tabagismo e obesidade.

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Quais são os sintomas da adenomiose?

Os sintomas da adenomiose são, na maioria das vezes, aqueles relacionados à menstruação: cólicas e dor pélvica. Outros sintomas podem incluir: 

  • Sangramento uterino anormal; 
  • Sangramento entre os períodos menstruais; 
  • Dor durante o ato sexual (dispareunia);
  • Cólicas menstruais intensas (dismenorreia); 
  • Infertilidade. 

Alguns destes sintomas também podem estar relacionados a outras condições ginecológicas, como endometriose e miomas uterinos. Por isso, é importante que a paciente consulte um médico especialista para investigar a causa dos seus sintomas. 

Como a Adenomiose pode causar infertilidade? 

Há vários mecanismos pelos quais a adenomiose pode levar à infertilidade. 

Pode ser uma doença que afeta primeiramente a musculatura do útero (miométrio) a adenomiose pode alterar o padrão de contrações dos músculos do útero, prejudicando o transporte útero-tubário (tanto dos espermatozoides do útero para a trompa como do embrião da trompa para o útero). Além disso, a adenomiose pode distorcer a anatomia do útero, comprometendo a implantação do embrião e aumentando o risco de complicações obstétricas (aborto, parto prematuro, reestrição de crescimento fetal intrauterino, descolamento de placenta etc.) 

Além disso, a adenomiose pode causar infertilidade devido ao seu efeito direto sobre o endométrio, que é o revestimento interno do útero, muito importante para a gravidez, por ser onde o embrião se implanta e começa a crescer. A adenomiose altera a receptividade do endométrio, tornando-o mais hostil ao embrião e ainda pode levar também a um processo inflamatório crônico (endometrite crônica).

A separação entre o endométrio e miométrio, chamada de zona juncional (ZJ) também está afetada na adenomiose, estando ausente em alguns casos e espessada em outras, o que também pode atrapalhar no processo de implantação e formação da placenta. 

Quais os métodos de diagnóstico para Adenomiose?

Existem diversos métodos de diagnóstico para a adenomiose, incluindo o exame clínico, a ultrassonografia, a ressonância magnética, histeroscopia e a histologia.

  • Exame clínico: é realizado pelo ginecologista e consiste na avaliação dos sintomas da paciente e da sua história clínica. É quando faremos a triagem para saber se a mulher tem alto ou baixo risco de adenomiose;
  • Ultrassonografia transvaginal: é um método não invasivo que permite utilizar ondas sonoras para examinar o útero e as estruturas próximas para diagnosticar a adenomiose. Neste exame, conseguimos avaliar se o útero está aumentado de volume (comum na adenomiose) e se há focos e glândulas do endométrio no meio da musculatura uterina (miométrio). Nesse exame, também conseguimos avaliar se a doença tem um padrão mais difuso ou mais focal (nodular ou não);
  • Ressonância Magnética: é o exame considerado padrão-ouro para avaliação da adenomiose. Embora seja um exame mais complexo e de maior custo do que a ultrassonografia, se estiver disponível tem maior capacidade de fazer o diagnóstico;
  • Histeroscopia: é um procedimento que se baseia na inserção de um dispositivo com um pequena câmera (histeroscópio) para examinar o interior do útero. Não é um exame de escolha para se fazer o diagnóstico da adenomiose, embora alguns achados como irregularidade do endométrio e do miométrio subjacente ou mesmo focos de endometriose/adenomiose dentro da cavidade uterina;
  • Histerossalpingografia: consiste em injetar contraste pelo colo do útero e avaliar o trajeto que esse contraste fará pelo útero, trompas até chegar à cavidade peritoneal. Assim como a histeroscopia, não é o método de escolha para diagnóstico de adenomiose, mas pode ajudar no diagnóstico. O achado típico é a cavidade uterina com aspecto serrilhado;
  • Histologia: é o método definitivo para o diagnóstico de adenomiose e consiste na avaliação microscópica de uma amostra obtida de alguma lesão suspeita, seja no miométrio (obtida por laparoscopia), seja no endométrio (obtida por histeroscopia).

Quais as alternativas de tratamento para Adenomiose?

Não há cura para a adenomiose, mas há tratamentos disponíveis para aliviar os sintomas. O tratamento da adenomiose pode ser feito de diversas maneiras, dependendo da gravidade dos sintomas e das preferências do paciente. Alguns tratamentos para a adenomiose incluem: 

  • Hormônios: o uso de hormônios, como o estrogênio ou o progesterona, pode ajudar a aliviar os sintomas da adenomiose. Esses hormônios podem ser usados através de implantes (uterinos, como o DIU medicado e subcutâneos). Outro tipo de hormônio bastante usado são os análogos do GnRH (tipo agonistas do GnRH) que irão levar a um quadro similar à menopausa, de forma trasitória. Esse tipo de abordagem pode ser útil em situações em que vai se fazer um tratamento de fertilização in vitro. No entanto, o uso de hormônios pode ter alguns efeitos colaterais, como náuseas, dor de cabeça e alterações no humor. Não é possível engravidar naturalmente enquanto se está usando hormônios;

  • Analgésicos e antiinflamatórios: os analgésicos podem ajudar a aliviar as dores causadas pela adenomiose. No entanto, é importante tomar analgésicos apenas quando necessário e seguir as instruções do médico para evitar possíveis problemas de saúde;

  • Cirurgia: em alguns casos, a cirurgia pode ser necessária para tratar a adenomiose. A cirurgia pode ser feita por meio de um procedimento chamado videolaparoscopia, que envolve internação hospitalar e realização de um procedimento em que normalmente são realizadas de 3 a 4 incisões no abdome de 5 a 12 mm cada uma, por onde serão introduzidos uma câmera e alguns instrumentos. Essa cirurgia permitirá a remoção da adenomiose focal ou do útero, nos casos de adenomiose difusa em que não há mais desejo reprodutivo e que não respondeu a tratamento mais simples. Alguns grupos ao redor do mundo têm tentado remover a adenomiose difusa preservando o útero, por meio de uma cirurgia aberta (laparotomia) de grande extensão. O risco de complicações futuras das cicatrizes produzidas por esse tipo de cirurgia  são pouco conhecidos, bem como o alto risco de uma histerectomia não planejada (retirada do útero).

Conclusão:

Se você está enfrentando problemas para engravidar, saiba que a adenomiose pode estar envolvida. Por isso, é importante consultar um especialista e fazer os exames necessários para detectar a doença e iniciar o tratamento adequado. 

O Dr. Oscar Duarte é ginecologista, obstetra e especialista em fertilidade e pode te auxiliar, venha tirar suas dúvidas. Entre em contato e marque uma consulta!

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