Clínica de Fertilização: Cuidados pré e pós-procedimento de FIV

Após encontrar uma clínica de fertilização, é importante saber os cuidados a serem tomados antes e depois de uma FIV.

A fertilização in vitro, ou FIV, como também é conhecida, é um procedimento de reprodução assistida que visa ajudar casais que encontram dificuldades para engravidar ou que possuem algum problema de fertilidade previamente conhecido a terem seus filhos.

Esse método pode ser encontrado em uma clínica de fertilização e deve ser comandado por um médico especialista em reprodução, pois demanda alguns passos e é considerado um tratamento complexo, mas compensador por ser o procedimento de fertilização que mais possui chances de sucesso.,

Mas para que a fertilização in vitro seja bem-sucedida, além de ter ao lado um médico capacitado e uma boa clínica de fertilização, é importante seguir alguns cuidados antes e depois do procedimento para que tudo ocorra bem. Conheça mais sobre eles.

Como funciona a FIV?

A fertilização in vitro é uma técnica de reprodução assistida de alta complexidade que deve ser realizada em clínicas de fertilização. O primeiro bebê nascido com o uso de FIV foi na Inglaterra em 1978 e no Brasil em 1983. Ficou conhecida nessa época como “bebê de proveta”, tendo como finalidade principal auxiliar casais com problemas de fertilidade que queiram engravidar.

Para isso, a fertilização in vitro visa reproduzir na clínica de fertilização a condição necessária para assemelhar-se a um útero para que ocorra a fecundação, para, após a verificação da saúde do embrião, ser colocado no útero para que a gestação siga seu curso natural.

Para quem a FIV é indicada?

Por ser um tratamento de alta complexidade, a FIV é realizada em clínicas de Reprodução Assistida. pode ajudar em alguns casos, como:

• Casais com infertilidade que já realizaram outros tratamentos (inseminação) e não conseguiram gravidez;
• Mulheres com problemas nas tubas uterinas (trompas), incluindo laqueadura; 
• Mulheres com mais de 35 anos de idade;
• Problemas de ovulação que não se resolveram com indutores;
• Baixa quantidade ou qualidade dos espermatozoides;
• Homens que já fizeram vasectomia;
• Doenças que atrapalham a concepção, como endometriose ou mioma uterino;
• Gravidez com óvulos congelados;
• Gestação independente;
• Casais homoafetivos;
• Necessidade de se fazer teste genético embrionário.

Para saber se a fertilização in vitro é a melhor opção para o seu caso, consulte um médico especialista em reprodução, apenas ele é capaz de prescrever os exames corretos e realizar uma pesquisa efetiva para entender o que impede o casal de engravidar e qual o tratamento mais eficaz para o problema.

Para saber um pouco mais sobre o procedimento, leia o nosso artigo: O que é FIV? E como funciona uma Fertilização in Vitro hoje em dia?

4 cuidados pré-FIV

Mesmo sendo uma das técnicas de reprodução assistida que apresenta maior taxa de sucesso, alguns cuidados prévios ao procedimento de FIV devem ser tomados para aumentar as possibilidades de êxito. Entenda quais são os quatro cuidados para tomar antes da fertilização in vitro:

1. Atividades fisicas e relações sexuais

Nos últimos dias da estimulação ovariana, não é recomendado manter relações sexuais ou a prática de exercícios físicos, visto que, nesse período, os ovários aumentam significativamente de tamanho, o que pode ocasionar desconforto e dores durante a relação sexual ou as atividades físicas, principalmente as de alto impacto, como musculação, sendo, inclusive, incentivado o repouso nesse momento do tratamento.

Nesse período, atividades leves, como hidroginástica, podem ser realizadas, mas apenas com liberação do médico responsável.

Cerca de uma semana após a coleta de óvulos, se estiver tudo bem, a maioria das mulheres já poderá retomar as atividades físicas e sexuais.

Em relação à transferência de embriões, não temos evidências científicas de que atividades físicas tragam qualquer prejuízo para o tratamento. Pelo contrário, existem estudos indicando que o repouso absoluto pode atrapalhar. Já foi demonstrado, inclusive, que relações sexuais de dois a três antes da transferência embrionária poderia aumentar as chances de implantação do embrião.

2. Alimentação e hábitos saudáveis

É muito difícil comprovar através de estudos uma relação de causa e efeito entre a alimentação saudável e a fertilização in vitro. Manter uma alimentação baseada em alimentos de alto valor nutricional em relação às calorias contidas, que sejam naturais ou minimamente processados, além de contribuir com o controle do peso, poderá ser favorável à fertilidade. Costumo dizer que comer o que você encontra no açougue, na peixaria e na seção hortifruti do mercado aumenta muito a sua chance de acertar na alimentação. Além disso, evitar o uso de cigarros e bebidas alcóolicas é essencial, pois contêm elementos que podem dificultar a ação dos medicamentos usados durante a FIV.

3. Estética

Após o início do tratamento para estimulação ovariana, recomenda-se a não exposição ao sol em horários de pico e sem proteção, pois os medicamentos utilizados nessa etapa possuem poder estimulante na pigmentação da pele, podendo ocasionar manchas. Isso se estende pela gravidez.

Esse momento também não é propício para tratamentos estéticos, como drenagem linfática ou que se utilize de aparelhos a laser, alisamento e tintura capilares, pois possuem elementos químicos prejudiciais ao procedimento de FIV. Esse cuidado deve se manter até após os primeiros meses de gravidez.

4. Preparo psicológico

Casais que constatam a infertilidade e veem na FIV uma forma de realizarem o sonho de ser pais podem precisar de um aporte psicológico, pois o tratamento não tem 100% de garantia de sucesso. Isso deve ser trabalhado internamente, para que a eventuais frustrações com resultados não tão bons não desencadeiem questões psicológicas maiores. Também é importante ter um respaldo psicológico durante o tratamento da FIV para controle de ansiedade e estresse, visto que são elementos que podem atrapalhar o procedimento.

4 cuidados pós-FIV

Após o procedimento da transferência embrionária, deve-se aguardar de 9 a 11 dias para realizar o teste de gravidez e verificar se o tratamento teve sucesso e resultou em uma gestação. Durante esse período, alguns cuidados devem ser tomados. Entenda mais sobre eles:

1. Repouso

Apesar de não haver uma comprovação científica que confirme com exatidão a eficácia do repouso para o sucesso da implantação do embrião e da gestação, é comum se recomendar que as 48 horas seguintes à transferência do embrião para o útero, a mulher mantenha-se sem fazer atividades de alta intensidade: isso minimizaria os desconfortos na região do baixo ventre, causadas pelo procedimento em si. Não existe qualquer indício de que levantar-se ou movimentar-se poderia fazer com que o embrião saia da cavidade uterina.

2. Evite relações sexuais

Não há evidências de que seja necessário evitar relações sexuais. Quem defende a abstinência sexual entende que ela evitaria contrações do útero, pois isso poderia impedir a implantação do embrião nas paredes uterinas, frustrando o desenvolvimento de uma gestação. Cabe salientar que nesse momento, a mulher estará com a região do abdômen sensível, especialmente se foi uma transferência a fresco ou em ciclo natural ovulatório, podendo gerar um desconforto durante o ato sexual.

3.Evite exercícios físicos

Diferentemente da estimulação ovariana, não há um risco evidente em se fazer atividades físicas leves e moderadas após a transferência embrionária. Atividades de alta intensidade, com elevação substancial da temperatura corpórea, podem prejudicar o desenvolvimento do embrião e da gestação inicial, não sendo recomendadas.

4. Alimente-se corretamente

Uma alimentação mais natural e rica em nutrientes, incluindo produtos de origem vegetal e animal, evitando alimentos processados e industrializados, pode auxiliar o organismo a trabalhar corretamente, ajudando no desenvolvimento do embrião. Ter hábitos alimentares saudáveis auxiliam na formação e saúde do bebê que se desenvolverá no útero. Faz parte de uma boa alimentação cortar excessos na bebida alcoólica e evitar alimentos ultraprocessados e crus.

As dicas aqui apresentadas são um panorama geral, que não leva em consideração as individualidades de cada mulher em um processo de fertilização in vitro. Apenas o médico responsável da clínica de fertilização é capaz de passar os cuidados necessários que devem ser seguidos no seu caso. Para saber como se preparar para uma FIV, marque uma consulta.