Gravidez Química: O que é, sintomas e quanto tempo dura?

Você conhece o termo gravidez química? Acompanhe o artigo a seguir e tire suas dúvidas a respeito deste assunto.

Embora possa parecer simples, o processo para o desenvolvimento de uma gravidez é complexo. A fecundação de um óvulo por um espermatozoide é somente o primeiro passo para o desenvolvimento de um embrião.

Após fecundado, o óvulo passa a ser chamado de zigoto e inicia sua migração em direção ao útero. Neste momento ele sofre sucessivas divisões celulares (mitoses). Ao chegar à cavidade uterina, após 3 dias o embrião se encontra no estágio de clivagem. Ele ficará dentro do útero por mais 4 dias, em média, passando pelo estágio de mórula (quarto dia de vida) e finalmente em sua forma de blastocisto (do quinto ao sétimo dia de vida), pronto para iniciar o processo de implantação ou nidação.

Durante o processo de implantação ou nidação ao endométrio podem ocorrer os casos chamados de gravidez química. A seguir abordaremos as principais informações a respeito deste acontecimento.

O que é gravidez química?

A gravidez química ou bioquímica se dá durante o processo de implantação do embrião ao útero, quando ocorre a produção e liberação na corrente sanguínea materna da Gonadotrofina Coriônica Humana (hCG) que é o hormônio da gravidez. Esse hormônio é produzido pelo trofoblasto, células que posteriormente darão origem à placenta.

Porém nem sempre esta manifestação indica de fato o início de uma gestação que irá evoluir. A identificação da gravidez química se dá através da realização de um teste de gravidez de farmácia ou teste laboratorial de sangue indicando um resultado positivo, por conta da presença hormonal de hCG, contudo o processo pode parar por aí e a gestação, por diferentes razões, não ir adiante.

Dentre essas razões podemos citar:

• Baixa qualidade do embrião, principalmente alterações genéticas, que podem ser oriundas do óvulo (idade materna avançada) ou do sêmen (índice de fragmentação do DNA espermático elevada);
• Alterações na espessura do endométrio (endométrio fino), em sua função imunológica (por exemplo, células NK em excesso ou endometrite) e presença de endometriose do útero (adenomiose), todas situações que podem dificultar a implantação adequada do blastocisto;
• Alterações na cavidade uterina como pólipos, miomas, septo ou sinéquias, com desenvolvimento de ambiente inadequado para o embrião;
• Fatores imunológicos (células NK periféricas elevadas, autoanticorpos) e relacionados à coagulação (trombofilias).

Vale ressaltar que a implantação inadequada não é o único fator que pode ser determinante para o insucesso da gravidez.

É importante que sejam observados outros sinais de infertilidade e que através do acompanhamento e direcionamento de um médico especialista em infertilidade sejam feitos exames para determinação de possíveis condições associadas.

A realização de um segundo e eventual terceiro testes de gravidez é necessária para que seja desenhada uma curva de evolução do beta-hCG e constatação da gravidez química.

Quais os principais sintomas manifestados em uma gravidez química?

Alguns sinais e sintomas podem ser observados em condições caracterizadas pela gravidez química, podemos citar:

• Atraso menstrual por um curto período de tempo, porém, com a queda do hCG, posteriormente a menstruação ocorrerá;
• Concentração baixa de beta-hCG no sangue se comparada aos níveis apresentados durante uma gestação evolutiva;
• Teste de farmácia indicando resultado positivo para gravidez, porém com resultado do exame de beta hCG no sangue negativo alguns dias depois. Neste caso, não se pode descartar um falso positivo no teste de farmácia;
• Alguns sintomas comuns de gravidez como enjoo, também podem ser sentidos, porém ao início da menstruação todos os sintomas cessam.

Se observado com atenção, os sinais podem ser identificados. Outras tentativas de gravidez podem ser realizadas após a ocorrência da gravidez química, porém é importante ter um médico de confiança para acompanhamento e definição de possíveis diagnósticos e tratamentos.

Quanto tempo dura a gravidez química?

A presença do hormônio da gravidez pode ser detectada dez dias depois da ovulação, ou seja, de quatro a seis dias antes da data esperada para a próxima menstruação.

A gravidez química pode se apresentar em uma mesma mulher de forma repetida, sendo relatados casos onde foi observada 3 vezes em um mesmo ano de tentativas.

A gravidez química pode ocorrer após procedimento de FIV?

A gravidez química pode ocorrer em casos nos quais a mulher foi submetida ao procedimento de fertilização in vitro (FIV). Embora não haja motivos para se acreditar que seja mais comum na FIV, como nesse tipo de tratamento acompanhamos o beta-hCG desde muito cedo, com frequência vemos ocorrer.

Conclusão:

Como mencionado anteriormente a gravidez química não possui uma única causa, podendo ocorrer por falhas em diferentes componentes da implantação embrionária. Embora haja produção do hormônio hCG, levando a resultado positivo em testes de gravidez, a mesma não evolui para o estágio clínico, em que se vê a gestação pelo ultrassom.

Em casos de gravidez química é importante a procura de um médico especializado para acompanhamento, aconselhamento e eventual tratamento, prevenindo repetições desta condição.

A realização de técnicas de reprodução humana assistida podem ser aliadas dos casais em nessas condições.

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