Mosaicismo cromossômico embrionário: o que é e quais suas consequências?

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Você sabe o que é mosaicismo cromossômico embrionário? Acompanhe este artigo e entenda como ocorre.

A utilização de embriões de boa qualidade morfológica e genética em tratamentos de reprodução humana assistida é imprescindível para que ocorra a implantação no endométrio e desenvolvimento de uma gestação saudável.

Em alguns casos ocorrem alterações ou falhas genéticas que comprometem a integridade do embrião, como o mosaicismo cromossômico. A seguir abordaremos tudo a respeito desta condição.

O que é mosaicismo cromossômico?

Mosaicismo cromossômico embrionário verdadeiro é a presença de uma falha genética no embrião: caracteriza-se uma mutação ou mais mutações observadas em parte das linhagens celulares do embrião, levando a presença de células com linhagens genéticas distintas dentro do mesmo embrião.

Essa mutação ocorre depois da fertilização, ou seja, durante as mitoses (divisões celulares) nos primeiros dias de crescimento do embrião, seja dentro do organismo feminino, seja no laboratório.

Assim, o embrião é caracterizado pela linhagem proveniente dos gametas feminino e masculino (óvulo e espermatozóide), e uma ou mais linhagens decorrentes do processo de falha genética nas divisões celulares do embrião já fertilizado.

Quais as características e tipos do mosaicismo cromossômico embrionário?

A condição de mosaicismo cromossômico embrionário pode ser classificada em dois tipos de acordo com as características genéticas das células analisadas em:

  • Euploide-aneuploide: Neste caso, parte das células é normal e parte alterada, podendo conter apenas um tipo de alteração ou várias alterações ao mesmo tempo (aneuploide complexo). Além disso, as células alteradas podem representar a maioria das células analisadas (mosaico de alto grau) ou menos da metade das células analisadas (mosaico de baixo grau). Os embriões mosaicos de baixo grau podem gerar gestações saudáveis, como veremos a seguir.
  • Aneuploide-aneuploide: Existe mais de uma linhagem celular (mosaicismo), mas todas as células analisadas têm algum tipo de alteração. Esse tipo de embrião na prática é considerado e aneuploide e não é utilizado em tratamento.

A presença de mosaicismo cromossômico embrionário pode estar ligada ao desenvolvimento de algumas condições como por exemplo:

  • Abortamentos e alterações placentárias;
  • Condições imunológicas;
  • Distúrbios metabólicos;
  • Condições relacionadas à coagulação sanguínea, como hemofilia A ou B;
  • Síndromes cromossômicas;
  • Instabilidade cromossômica;
  • Pode estar associado ao desenvolvimento de processos cancerígenos decorrentes da mutação em células genéticas de supressão tumoral.

É importante ficarmos atentos ao desenvolvimento de aneuploidias decorrentes desta mutação, pois apesar de estar ligada a uma alta taxa de sobrevivência do feto, pode desenvolver doenças genéticas importantes.

Como identificar o mosaicismo cromossômico?

Para detecção mosaicismo cromossômico embrionário é necessário realizar testes genéticos, como mostraremos a seguir:

  • Citogenética: baseia-se na cultura de células e na análise visual dos cromossomos durante o processo de divisão celular (na metáfase da mitose) por uma pessoa treinada para realizar a técnica. Normalmente utilizada em casos de análise de produtos de abortamento e em diagnósticos invasivos no pré-natal (biópsia de vilo corial, amniocentese, cordocentese) e pós-natal;
  • Sequenciamento genético de nova geração (NGS): utiliza-se de técnicas moleculares para amplificar e analisar fragmentos de DNA extraídos da amostra, e os resultados serão interpretados por algoritmos e modelos matemáticos baseados em inteligência artificial. É utilizada quando a quantidade de material disponível é pequena, por exemplo: teste genético pré-implantacional (PGT) em tratamentos de fertilização in vitro (FIV), análise de produtos de abortamento em abortos retidos (POC) e teste pré-natais não invasivos (NIPT).

A realização destes testes é importante para a escolha do embrião a ser utilizado nas técnicas de reprodução assitida, levando a identificação precoce de alterações genéticas e evitando falhas na FIV e/ou ocorrência de abortos de repetição. Além disso, permite elucidação de causas do aborto espontâneo e de diagnóstico de síndromes e malformações mais precocemcente durante o pré-natal.

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Quais as diferenças entre mosaicismo e quimerismo?

Apesar de possuírem conceitos parecidos, mosaicismo e quimerismo são distintos em suas características, confira a seguir:

  • Mosaicismo: duas linhagens celulares distintas presentes em um mesmo zigoto decorrentes de processos de mutação.
  • Quimerismo: duas linhagens genéticas diferentes derivadas da fusão de dois zigotos distintos em um mesmo embrião.

Quais as consequências para o tratamento de reprodução assistida?

Os mosaicos em reprodução assistida podem ser falhas no diagnóstico do teste genético. Nessa situação, um embrião mosaico eupoide-aneuploide seria na verdade um embrião euploide (falso positivo). Outra possibilidade é que o embrião realmente tenha sofrido uma mutação após a fertilização e tenha mais de uma linhagem celular (mosaico verdadeiro). Nesses casos, o embrião poderia ao longo do tempo eliminar as células alteradas (auto-correção) ou destinar as células alteradas para a placenta, reduzindo um eventual impacto negativo sobre a gestação e o bebê (mosaicismo confinado à placenta).

Dessa forma, uma boa parte dos casos de mosaicismo cromossômico embrionário euploide-aneuploide de baixo grau podem não apresentar qualquer manifestação clínica aparente (taxas de implantação, de abortamento e de malformações próximas aos embriões euploides) permitindo que embriões mosaico de baixo grau sejam utilizados em tratamentos de reprodução assistida com eficácia e segurança.

É importante ressaltar que na decisão para transferência de embrião mosaico de baixo grau entrarão informações, na seguinte ordem de importância:

  1. Qual o percentual de mosaicismo? (quanto menor, melhor o prognóstico);
  2. A alteração envolve todo ou parte do cromossomo? (as segmentares tem melhor prognóstico que todo cromossomo);
  3. A alteração envolve um ou mais cromossomos? (quanto mais cromossomos, pior o prognóstico);
  4. A alteração é monossomia ou trissomia? (as trissomias estão mais associadas a nascimentos com síndromes genéticas, o que tornaria sua transferência menos segura);
  5. Qual cromossomo envolvido? (os cromossomos 13, 18, 21, X e Y estão mais associados a nascimentos com síndromes genéticas, o que tornaria sua transferência menos segura);

Todas essas informações devem idealmente ser discutidas numa consulta com geneticista, que irá inclusive discutir qual deve ser a conduta para seguimento ao longo do pré-natal (NIPT e testes invasivos como amniocentese) e eventuais repercussões clínicas para a criança nascida.

Cabe lembrar que:

  1. Sempre que disponíveis, os embriões euploides serão priorizados para transferência;
  2. Embora haja relatos e séries de casos de transferência de embriões mosaicos de alto grau e aneuploides, suas eficácia e segurança ainda não estão bem determinadas.

Conclusão:

Vimos que o mosaicismo genético cromossômico embrionário é um diagnóstico possível quando opta-se por realizar teste genético pré-implantacional (PGT) em tratamentos de fertilização in vitro (FIV).

O entendimento das características do mosaicismo (alto ou baixo grau, todo o cromossomo ou segmentar, um ou mais cromossomos, monossomia ou trissomia, qual cromossomo) é de extrema importância para reduzir o risco de falha de implantação, abortos e síndromes genéticas no futuro bebê.

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